E nele não aparece como indiciado no mínimo por omissão. Não aponta em qualquer direção, seja para a prática de suicídio ou para homicídio. Fala em ‘morte violenta’, numa clara demonstração de que a polícia passou 60 dias para sem ter concluído necessariamente nada. A montanha da Cico pariu um rato.
É forte a afirmação do promotor Ubiraci Rocha criticando o delegado Paulo Nogueira: “Eu acho lastimável que você tenha 60 dias (e poderia ter mais se justificasse),e concluiu um inquérito que não foi concluído”. Ficou alinhavado o deboche, quando os delegados disseram que fecharam o inquérito aguardando que os promotores de justiça apontassem os culpados.
Ora, ora, ainda que os promotores concordassem com isso, a Cico tinha que enviar-lhe o inquérito com a necessária conclusão, apontando a direção para onde polícia caminhou, ou seja, sua convicção. A opinião pública dispõe agora de elementos palpáveis para justificar a sua desconfiança do aparelho policial do Estado, o que é lamentável, porque a polícia é a tutora da segurança do cidadão. Se falece a credibilidade em quem devia confiar na sua polícia, é sinal de que as coisas vão continuar muito ruins.
Cabe agora ao governador Wilson Martins, numa última tentativa de resgatar a minguada, quase inexistente imagem da polícia civil piauiense, tomar atitudes republicanas e fazer mudanças urgentes, radicais, a começar pela cúpula da Secretaria de Segurança. Do contrário, quem se arriscará hoje entregar um simples furto de galinha para uma dessas autoridades investigar?
Por: Arimatéia Azevedo/O Dia e AZ.