Sempre tem um mala no meio.
Elas estão por todos os lados. Invadiram de boates à aniversários de crianças. Ao leve toque de qualquer música, ocorre o piriguete mode on e as adeptas começam o ritual do rebolado. Sempre com as mais “estilosas” roupinhas, e aquele sorrizinho sensual. Para ajudar você a reconhecer esse tipo de criaturas, ou quem sabe até para se identificar com o grupo, segue o texto em 10 passos.
1- A roupa: Piriguete profissa gosta de se mostrar, e como (na maioria da vezes) a parte intelectual não é muito exibível, o mais válido é apelar para a parte “física” da coisa mesmo. Micro blusas com cores fluorescentes e sutiã à mostra são a última moda do baile funk mais próximo. Saias jeans (também micro, é claro) são indispensáveis, principalmente se forem surradas e rasgadas, como era moda há uns 6 anos.
2- Gritos: A piriguete que está consciente de si mesma não pode deixar de gritar e falar alto enquanto conversa com as outras amigas. Não importa o lugar, e nem o assunto. Não se assuste ao escutar conversas íntimas do tipo “ o que fiz ontem com meu namorado” no meio de um ônibus lotado, ou na fila do banco. Risadas estridentes também são muito características, principalmente se a dita cuja em questão utilizar o recurso para chamar a atenção dos machos da espécie.
3- Maquiagem: Mal gosto sempre aflorado é uma marca inviolável de piriguetes. Vão sair à noite? Então abusam do delineador preto, mas antes pegam aquela sombra azul-piscina ou verde-limão básica e deleitam-se no prazer. Mas outro ponto indiscutível é o pó compacto pelo menos três tons abaixo do que a pele, um mistura de gueixa com complexo de Michael Jackson. Batom marrom-gostoso e blush-chegay também são muito característicos.
4- Ponto de Encontro: Piriguete que é piriguete vai pra balada com as amigas pra causar (não sei o quê, mas vai). E qual a festa do fim de semana? As opções são certas: Baile Funk com presença de Mulher Melancia, ou forró agarradinho (e suadinho… e calorzinho… e encoxadinho…), Noite Sertaneja com a super banda do momento Robston & Gleivissiton, ou quem sabe uma Micareta fora de época com direito ao Abadá Multicolor, que depois da festa vira roupa de guerra.
5- O Vocabulário: É praticamente uma outra língua, um fenômeno socio-antropológico interessantíssimo! Além de falar tudo daquela forma línda, já descrita no tópico 2, a piriguete TEM que cometer suas gafes orais. Se liga pra rádio pra pedir aquela música da última festa, “Alô! Eaí, fulano! Hahuaha *risada estridente* toca aí a música da Pátyureendis api pá nóis!”. A atendente responde: “Qual música?! o.O”. “Aquela ué, que toca toda hora nas festa, que fala Pátyureendis api! Pátyureendis api!”, a pobre criatura responde. “Ok .___., mas qual é mesmo seu nome?” a atendente fala. “É Rosicleide, mas pó chamá de Rosete, que é como o povo dus baile chama eu!” “Obrigada, senhorita… Rosete. Boa Tarde!@__@ ”
6- O salto: Uma grande verdade! Piriguete pode ser tudo, menos desequilibrada! Salto? Só se for maior do que 10 centímetros. E tem que ser de plataforma pra ficar mais estiloso, principalmente se for aquela de plástico cor-de-madeira! Se for de amarrar até no joelho, estilo Carla Perez, fica mais piriguéstico ainda!
7- Gosto Musical: Piriguete, ao contrário do que muitos pensam, não gosta SÓ de música brega. Piriguetes modernas e atualíssimas são bem ecléticas. Mas concorde comigo: é diferente escutar e sentir a música. Não venha me comparar Caetano Veloso com o último single de Mc Créu! É uma concorrência desleal, e toda piriguete experiente sabe que não dá pra tremer as partes baixas ao som de Bossa Nova!
8- Clima: Piriguetes tem o poder sobrenatural de se adaptarem às variações climáticas de todos os ínfimos do mundo. Frio?! Isso é para fracos, não para elas. Afinal, se sentissem frio, como poderiam usar as roupitchas básicas no balada?! É tudo uma questão de evolução adaptativa. Darwin explicaria isso muito bem se houvessem piriguetes em Galápagos.
9- Coragem: Vida de piriguete é uma caixinha de surpresas. Cada balada uma aventura! Quem mais poderia ir pra aquele baile funk com toda a convicção de que não vai pegar um mísero sapinho? Elas não medem esforços, mesmo em concursos de pegação com as amigas. Mas se formos pensar… nem é tão ruim assim, não é mesmo? Afinal, o que são 15 caras diferentes numa festinha só?
10- Piercing de Umbigo: Uma marca registrada! Quer ser piriguete? Então vá no local mais próxima e coloque já o seu lustre dependurado na barriga. Não importa a cor, nem os detalhes, o importante é o tamanho! Quanto maior melhor! E é claro, sempre deve estar à mostra na balada! Aquilo brilha feito um globo de luz na hora do Créu, ainda mais se for na velocidade 5!
E você mulher que esta lendo esse artigo não se envergonhe caso você tenha se identificado com esse texto, pois nunca é tarde para mudar!