Polícia Civil do Maranhão está investigando a morte de duas irmãs, de quatro e de seis anos, que faleceram por suspeita de envenenamento. As meninas passaram mal após comprarem pirulitos em uma banca de doces no município de Barra do Corda (437 km de São Luís).
Outras seis ocorrências em condições semelhantes teriam ocorrido nos últimos meses na comunidade e também estão sendo analisadas por policiais e Conselho Tutelar.
A morte das duas crianças ocorreu no último sábado (7). As meninas moravam e compraram os pirulitos na Vila Nenzin, comunidade pobre da periferia da cidade, que tem 82 mil habitantes.
Segundo a mãe, as meninas começaram a passar mal instantes depois de chuparem os pirulitos. Imediatamente após perceber os sintomas, a mulher levou as duas crianças para o hospital da cidade, mas a criança de quatro anos já chegou sem vida.
A menina de seis anos ainda foi socorrida e seria encaminhada para atendimento em São Luís, mas não resistiu e morreu ainda na ambulância, antes mesmo de pegar a rodovia a caminho da capital maranhense.
A polícia informou que toda a mercadoria que era vendida pelo ambulante na banca foi apreendida e passará por perícia a fim de descobrir se existia algum produto tóxico. Foram solicitados dois laudos - dos institutos Médico Legal e de Criminalística. Os resultados deverão sair na próxima semana.
Conselho Tutelar
"Nós temos poucas informação até agora. No sábado, chegou essa informação de que as crianças supostamente tinham sido envenenadas, e mandamos os corpos para São Luís para análise", disse o escrivão da delegacia de Barra do Corda, Irapuru Pereira.
Moradores informaram à polícia que outras seis mortes misteriosas teriam ocorrido nos últimos seis meses na comunidade, mas que os óbitos ainda não foram confirmados.
"Nessa comunidade seis crianças tiveram o mesmo problema e morreram. Mas não nos foi passada nenhuma documentação.Estamos com uma equipe apurando para saber as circunstâncias dessas mortes para sabermos se há relação com o consumo desses doces", afirmou.
A investigação das mortes das crianças também está sendo acompanhada pelo Conselho Tutelar, que confirmou ter recebido a informação de outras mortes na comunidade.
"Nós estivemos na comunidade no dia da morte dessas irmãs, e tomamos conhecimento, por vizinhos, de que outras crianças teriam morrido nas mesmas circunstâncias. Achamos por bem deixar passar a fase inicial do abalo da família das irmãs para voltarmos lá, esta semana, e apurarmos melhor sobre essas mortes", disse o conselheiro Antônio Charles Oliveira.