
Amparados pelo plano do governo de legalizar a maconha no Uruguai, alguns produtores e consumidores do entorpecente criaram um concurso para descobrir quem cultiva a melhorcannabis do país.
A competição contou com 60 cultivadores locais e estrangeiros. Os jurados avaliam "não só a substância, mas a apresentação, o sabor, a cor, o cheiro e, por último, seu teor psicoativo", detalhou Laura Blanco, organizadora da Cannabis Cup (ou Copa da Maconha, em tradução livre).
"Foi um dia fantástico. As pessoas sabem se portar, são muito pacíficas e costumam se divertir muito. Durante todo o evento, nenhum inconveniente foi registrado", narrou a ativista, presidente da Associação de Estudos da Cannabis do Uruguai (Aecu), entidade organizadora e uma das mais ativas do setor.
Blanco aponta que o objetivo da Aecu, um grupo de 80 associados em um país de 3,3 milhões de habitantes, é "multiplicar os cultivadores" para desvincular a maconha de outras drogas mais pesadas e que são vendidas nos mesmos lugares do perigoso mercado negro.
Essa justificativa é basicamente a mesma apresentada em junho pelo presidente uruguaio, José Mujica. Na ocasião, o ex-guerrilheiro, de 76 anos, declarou que pretendia descriminalizar a maconha e que o Estado ficaria responsável pela produção, distribuição e comercialização da droga.
De acordo com Mujica, do bloco esquerdista Frente Ampla, o aumento dos crimes violentos no país se deve, sobretudo, ao consumo de drogas pesadas, como o crack.
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