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08 setembro 2018

Casal do AC viaja para comemorar 6 meses de casamento e ônibus cai em penhasco no Peru: 'milagre estarmos vivos', diz mulher

As últimas 48 horas têm sido de dor, angústia e agradecimento para os acreanos Selma Diógenes e Márcio Valente, de 23 e 29 anos, respectivamente. O ônibus em que o casal viajava para comemorar os seis meses de casados caiu em um penhasco Vila Marcapata, distrito de Cusco, no Peru. O acidente ocorreu na noite desta quinta-feira (6).

No ônibus estavam 26 pessoas, sendo que três morreram no acidente. Segundo Selma, apenas ela e o marido eram estrangeiros. O casal saiu de casa na quarta (5) e retornaria para o Acre na segunda (10).
Ao G1, nesta sexta-feira (7), Selma contou que saiu de Rio Branco por volta das cinco horas de quarta. O casal foi de ônibus até Assis Brasil, no interior do Acre, e de lá pegou um táxi para Porto Maldonado, no Peru, onde comprou as duas passagens de ônibus para Cusco.
"Estava previsto para chegarmos em Cusco às 6h. Quando deu 2h30 da madrugada, ao invés de o motorista fazer a curva, que é bem sinuosa, ele ultrapassou uma barreira. Alguns peritos disseram que ele dormiu no volante. O ônibus ultrapassou uma grade de proteção, caiu e capotou", relembra.
Quando o ônibus parou no penhasco, Selma chamou pelo marido que a socorreu e se assustou com a quantidade de sangue que tinha no rosto da mulher. A fisioterapeuta quebrou o nariz, o ombro esquerdo e teve outras várias fraturas no lado esquerdo do corpo. Ela foi submetida a uma cirurgia nesta sexta em um hospital particular de Cusco.
"Estávamos na poltrona nove e dez e o rapaz que estava na oito morreu e tivemos que passar por cima dele. Conseguimos sair do ônibus, eu não conseguia andar porque meu braço estava fraturado, meu nariz e minhas pernas muito inchadas. Meu esposo machucou o abdômen, teve uma contusão no tórax", fala.
Se a dor dos ferimentos era insuportável, a temperatura também não ajudava. Segundo Selma, os termômetros marcavam zero grau na região. Os feridos esperaram o socorro por mais de duas horas e meia.
"Dentro do ônibus estava quentinho, mas eu não estava com roupas adequadas. Passei muito frio até meu esposo encontrar as malas e me dar um cobertor. Ele conseguiu ajudar muita gente. Fiquei deitada das 2h30 até 4h em cima das pedras porque o resgate não havia chegado", lamenta.
O resgate chegou apenas no início da manhã. Selma lembra que apareceu apenas a polícia no começo e levou os feridos na carroceria das viaturas para um posto de saúde em Marcapata. Por volta das 9h, as ambulâncias de Cusco chegaram para levar os passageiros para o hospital.


G1